Por Rosanita Moschini Vargas
Educar a mente sem educar o coração.
não é educar em absoluto.
(Aristóteles)
Muito se tem discutido sobre a importância da Aprendizagem
Integral, assim humanizadora.
Infelizmente muitas abordagens ainda trazem o integral embasado ao
tempo, como podemos ver na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBN, 1996) no seu Art. 2° faz referência à responsabilidade da educação para
o pleno desenvolvimento do (a) educando (a) e nos Art. 34 e 87, inciso 5°,
prevê a ampliação da jornada escolar para tempo integral.
Tempo Integral e Aprendizagem Integral são conceitos
distintos. Enquanto o primeiro preconiza o tempo despendido no ambiente escolar
e, ainda, mantém compreensões reducionistas e centradas mais na acumulação de
tarefas, conteúdos, destacando o privilégio cognitivo. A segunda pensa a
aprendizagem enquanto seu todo, contemplando o ser humano em sua
multidimensionalidade, destacando outros conhecimentos da vida dos estudantes,
não só o cognitivo, mas também, outras dimensões: emocional, espiritual,
interpessoal. Ou seja, não visa apenas a excelência acadêmica, mas a excelência
humana.
Na contemporaneidade a construção de uma visão de educação
integral e espiritualidade busca contribuir na estruturação, no educando, de um
conjunto de atitudes que permitam a melhoria de sua vida cotidiana, que o leve
a enfrentar os problemas com maiores possibilidades de sucesso e atitudes de
valorização de sua saúde mental, física e espiritual e da comunidade.
Frente ao mundo caótico e dinâmico que estamos inseridos, com
suas complexidades, em que surgem novos conhecimentos a todo o momento, que
possibilita acesso a várias culturas, idiomas e informações, os quais trazem consigo muitos benefícios, mas, em
muitos casos, viram um caos. Constatamos
que os estudantes buscam informações e atualizações, que são necessárias para
que possam acompanhar o ritmo dinâmico, que a sociedade vem desenvolvendo no
seu dia a dia, mas em contrapartida, sentem-se perdidos, em meio a tantas
informações, que parecem complexas, não conseguindo relacioná-las com a vida
prática. Assim, os aprendizados acabam sendo adquiridos, de um modo geral, de
modo desconexo, não apresentando, de fato, significado para a sua vida prática.
Dessa
forma, garantir a Aprendizagem Integral compreende que a educação garanta o desenvolvimento dos estudantes em todas as suas dimensões - intelectual, física, emocional, social e cultural e se constituir como projeto coletivo, compartilhado por crianças, jovens, famílias, educadores, gestores e comunidades locais. Nesse sentido, pensar na contemporaneidade alinhada as demandas do século XXI, nos convoca a ter como foco a formação de sujeitos críticos, autônomos e responsáveis, consigo mesmos e com o mundo, cuja diversidade exige atitudes inclusivas e que buscam na sustentabilidade a relação entre o que se aprende e o que se aplica, bem como equidade, reconhecendo o direito de todos ao acesso a oportunidades, independente de quais sejam, condição fundamental para o enfrentamento das desigualdades educacionais.*